Defesa de Filipe Martins pede ao STF que Facebook forneça mensagens de Cid 4r444b
Advogados querem provar quem estava por trás das conversas reveladas por VEJA e desmentir trechos da delação sobre o ex-assessor internacional de Bolsonaro f6h30

A defesa de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro para assuntos internacionais, pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, que o Facebook seja obrigado a preservar e fornecer os arquivos do perfil no Instagram usado por Mauro Cid em conversas nas quais contradisse o conteúdo de sua delação premiada, como revelou VEJA.
Os advogados Marcelo Almeida Sant’Anna e Ricardo Scheiffer Fernandes pedem, também, que o Facebook informe o número de celular cadastrado no perfil “@gabrielar702” e diga se ele foi ado por meio de navegadores de internet em notebooks ou computadores, possibilitando o rastreamento do IP e a localização do o.
“Não é só anular ou não a delação. Podemos desconstruir uma série de relatos trazidos, inclusive de reuniões que Mauro Cid diz que Filipe estava, e só ele diz isso”, afirmou Sant’Anna ao Radar.
Além disso, a defesa de Martins insiste que Moraes decida sobre os pedidos com a “máxima celeridade”, por meio de liminar, devido ao “risco de perecimento da prova” – referindo-se à possibilidade de o Facebook apagar os arquivos também de seus servidores. Depois do depoimento em que Cid mentiu sobre as mensagens, o perfil saiu do ar.
“Você pode excluir um perfil e não significa que já apagou instantaneamente no servidor da a da rede, porque leva um tempo para fazer a varredura. Queremos que a empresa acautele isso, guarde essas informações”, disse o advogado.
“As mensagens que a VEJA trouxe são muito fortes e precisam de um esclarecimento total. Estamos tratando isso com muita responsabilidade. Estamos trabalhando com a hipótese aberta. Não queremos manchar a honra de ninguém, mas queremos a verdade”, acrescentou.
Sant’Anna explicou que, com o número de celular atrelado ao perfil no Instagram, seria possível saber qual F ou CNPJ foi apresentado para habilitar o chip do respectivo aparelho, chegando assim à prova sobre quem estava formalmente por trás da conta na plataforma usada nas trocas de mensagens reveladas por VEJA.
“O grande desafio e o grande problema é que isso tem que ser deferido liminarmente. A tradição do ministro Alexandre de Moraes tem sido a demora para despachar ou até não despachar”, afirmou o advogado. “Tem que ser feito de maneira imediata.”