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Gasolina vai ficar mais cara? Os efeitos da tensão entre Israel e Irã no bolso do consumidor

Petróleo sobe e impacto pode chegar ao combustível caso conflito afete o Estreito de Hormuz, rota estratégica do comércio da commodity

Por Camila Pati Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 jun 2025, 10h22 - Publicado em 13 jun 2025, 11h54

Os ataques de Israel contra o Irã e a promessa de reação em futuro próximo do Irã sacode desde cedo o mercado internacional de petróleo e já levanta dúvidas sobre um possível ree para o preço da gasolina no Brasil. Especialistas ouvidos por VEJA  citam possíveis impactos, mas divergem sobre a extensão dos efeitos.

Na noite de quinta-feira, 12, no Brasil – manhã desta sexta, 13, no Oriente Médio – Israel lançou uma série de ataques contra o Irã, e matou o chefe da Guarda Revolucionária iraniana. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou esperar uma retaliação por parte de Teerã. Israel declarou estado de emergência no país e a população foi alertada a buscar abrigo seguro.

Os ataques desencadearam um movimento de fuga para ativos de proteção, fazendo o dólar disparar, o petróleo saltar e as bolsas globais afundarem. “O preço do petróleo futuro já está explodindo. Irã é um grande produtor, com peso relevante no mercado global. Quando entra em conflito, especialmente com acusações contra os Estados Unidos e Israel, a cotação sobe”, afirma Daniel Teles, sócio da Valor Investimentos. Ele diz que os contratos futuros de petróleo acumulam alta superior a 7%, o que pode pressionar os preços dos combustíveis.

Jason Vieira, economista-chefe da Lev, adota uma posição mais cautelosa. “A resposta mais simples é: não sabemos. O Irã, apesar de relevante, enfrenta uma série de sanções que limitam sua exportação. O risco maior seria uma eventual ameaça ao Estreito de Hormuz, uma rota estratégica do comércio de petróleo”, afirma.

Um eventual bloqueio do Estreito de Hormuz é a grande preocupação global nesse momento. Se o conflito se manter ou se estender à rota estreito, o risco inflacionário global (e de combustível) pode se intensificar.

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No Brasil, o impacto tende a ser atenuado pela forma como os preços são definidos. “Não temos uma política de preço que segue com a mesma velocidade os movimentos do mercado internacional. Pode ser que essa oscilação e sem impacto direto, dependendo dos próximos desdobramentos”, diz Vieira.

Efeitos imediatos sobre inflação global

O aumento repentino no preço do petróleo, provocado pelo ataque deve ter efeitos imediatos sobre a inflação global e os custos operacionais das empresas, inclusive no Brasil. A avaliação é de André Matos, CEO da MA7 Negócios. “O salto no preço do petróleo após o ataque de Israel ao Irã representa um choque geopolítico com efeitos imediatos sobre a inflação global e os custos operacionais das empresas”, afirma.

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Embora geograficamente distante do conflito, o Brasil também deve sentir os reflexos do cenário externo caso haja impacto, de fato, no preço dos combustíveis. “Aumentos nos combustíveis impactam diretamente o transporte de cargas, pressionam margens e podem gerar rees em cadeia nos preços ao consumidor”, explica Matos. Ele alerta que empresas brasileiras devem adotar uma postura mais cautelosa, com foco em gestão de caixa e revisão de contratos, sobretudo nos setores com alta dependência logística.

Além dos impactos diretos sobre preços, o executivo chama atenção para o ambiente internacional mais volátil, que tende a reduzir o apetite por risco dos investidores. “Isso pode afetar o fluxo de capital estrangeiro para mercados emergentes como o nosso”, diz.

Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos, diz que historicamente, cada acréscimo de  10 dólares por barril tende a elevar a inflação em cerca de 0,2 ponto percentual e frear o crescimento em 0,1 p.p. “Sendo assim, cabe ao Fed uma postura cautelosa: com o ritmo inflacionário acelerado, a expectativa de cortes de juros perde fôlego. O dólar também tende a reagir com força, em alta como ativo de refúgio. A busca por segurança impulsiona a moeda americana, pressionando mercados emergentes . Se essa tendência se mantiver, podemos ver mais volatilidade cambial nas próximas sessões, relevante para países como o Brasil”, diz.

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